Trabalhe, sirva, aprenda a vida toda e seja forte!
Maria Vânia trabalhou arduamente durante 41 anos de sua vida. Foram 41 anos de dedicação, em que ela fez do seu trabalho sua entrega, fez do seu trabalho realmente a forma como entregava sua obra diariamente, portanto, com amor. Maria Vânia precisou entrar com atestado médico raríssimas vezes e mesmo quando necessário, se fazia forte pra voltar com antecedência e não deixar a produtividade cair. Maria Vânia era de fato engajada e feliz com o trabalho que realizava. Chegou o dia em que Maria Vânia resolveu se aposentar, já não tinha a mesma habilidade de outrora e nem a mesma facilidade de aprender coisas novas e lidar com toda a tecnologia atual. Maria Vânia foi ao médico para que o mesmo a atestasse para a sua aposentadoria e viu que este médico do trabalho não tinha a entrega dela, viu que o médico mal falou com ela, mal olhou nos olhos dela. O Dr. Prisioneiro, não tinha uma cara amigável, não a cumprimentou, não puxou conversa, muito menos deu a atenção que Maria Vânia sempre deu aos seus clientes e que esperava neste momento. Ela esperava algum reconhecimento do médico, parabenizando-a por sua dedicação. Maria Vânia chorou… mas logo Maria Vânia entendeu que quem chorava era aquele médico infeliz, que numa profissão tão bonita, o médico foi em busca de segurança através de um serviço público e abriu mão de sua liberdade e felicidade, pois se aquela profissão ou aquele lugar não o fazia feliz, deveria procurar por outro lugar pra trabalhar, ou outro afazer pra entregar sua obra, porque tempo não é dinheiro, tempo é vida.
Maria Vânia viveu sua vida valorizando cada segundo, já Dr. Prisioneiro não valoriza seu tempo de vida, e passa boa parte do seu tempo mais precioso infeliz e tornando o clima a sua volta também infeliz.
Sandro trabalhou arduamente durante 22 anos na mesma empresa, dedicando suas horas de vida àquela empresa em troca de um salário. Sandro precisava, constantemente, ir além do seu horário de trabalho para concluir suas metas e contribuir com o time. Sandro chegava em casa tarde e muitas vezes seu filho já estava dormindo; quando Sandro saía pra trabalhar seu filho ainda estava dormindo. Sandro não desanimava, ele via futuro na empresa e acreditava que com sua dedicação seria recompensado de alguma forma. Um dia a empresa que Sandro trabalhava precisou passar por uma reestruturação e resolveram demitir alguns funcionários. Começando pelos que tinham mais tempo de casa, e Sandro entrou na lista. Sandro foi demitido e ninguém do R.H (RECURSOS HUMANOS) e que algumas empresas ainda chamam de DHO (DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO OCUPACIONAL) nunca fizeram uma ligação pra Sandro, não quiseram saber se Sandro precisava de um suporte pra se recolocar no mercado, não pediram nenhum relatório pra Sandro, não o entregaram nenhuma carta de agradecimento ou recomendação. Simplesmente o demitiram como se Sandro fosse um Dr. Prisioneiro. Sandro chorou… mas logo Sandro entendeu que todo o esforço e dedicação dele, o forjou a ser um homem mais forte e disposto, entendeu que aquele trabalho o fez mais responsável e melhor, com mais conhecimento; Sandro percebeu ainda, que agora teria um tempo pra curtir com seu filho e se dedicar mais a sua esposa. Sandro entendeu que tempo é vida e era tudo o que seu filho e esposa precisavam dele a partir de então. Sandro conseguiu um novo trabalho e mesmo ganhando menos, Sandro estava mais feliz com o tempo que poderia dedicar à sua família.
Maria Vânia e Sandro estão nos papéis de milhares de pessoas que se dedicam ao trabalho e esperam reconhecimento de alguém. Pessoas que esperam um pouco de sensibilidade daqueles que o cercam, especialmente em momentos difíceis; pessoas que podem fazer a diferença na vida do outro, mas que estão tão presas a burocracias, que esquecem que existe um profissional que se dedicou por anos àquela empresa e sai como um desconhecido, como um imprestável muitas vezes, como um marginal, e mesmo sabendo que fez o certo, que fez o seu melhor, chegam a colocar em dúvida sua dedicação, sua capacidade, porque anos e anos de vida a uma empresa e saem com um sentimento de injustiça. Não por ter sido demitido numa situação necessária, mas de não ter sido reconhecido numa atitude necessária. Eu, Marcos Pierre, procuro fazer sem esperar nada de ninguém! Ninguém me deve nada, essa é a verdade, mas quando recebo um elogio, quando percebo que alguém se preocupa comigo, quando recebo uma ligação de alguém, confesso que acho muito bom, porque no mínimo serve de guia, pra eu entender que o caminho está certo. Dedicar-se ao trabalho é imperativo, entregar a sua obra através do trabalho é necessário. Fazer o seu melhor, esteja onde estiver, é seu dever. Elogiar o seu colega, o seu chefe, o seu subordinado, o seu sócio, de forma verdadeira, também é necessário, e respeitar o outro, se colocando no lugar dele, é ser humano, fora disso, é desumano. Entendam que não existe um trabalho 100% perfeito e dos sonhos, é preciso entender que mesmo trabalhando naquilo que sempre foi o seu sonho, ainda assim você fará coisas que não gostaria de fazer, mas são necessárias. Imagine um jogador de futebol… ah como é bom fazer o que gosta, jogar bola todos os dias… que vidão… será mesmo? Quantos jogadores de futebol se destacam e ganham dinheiro? Quantos você conheceu que se destacaram? Talvez até mesmo você teve esse sonho e não realizou. Qual a dedicação que precisam ter? Disciplina, acordar cedo, nutrição, treinar, treinar, treinar… lembro de uma resposta do nadador Michael Felps dizendo que não lembra qual foi o último dia que não treinou. Estamos neste mundo pra trabalhar, servir, aprender a vida toda e nos tornar fortes; portanto, faça o seu trabalho sem esperar reconhecimento do outro. Nós somos responsáveis pelas nossas vidas, mas tenha sempre no seu radar, elogios sinceros, reconhecimentos, relações humanas verdadeiras e empatia.
Uma dica: Faça sempre mais, seja extraordinário, porque num mundo de ordinários, de pessoas que só fazem o que precisa ser feito, a concorrência é bem maior. Pense nisso!
Incrível meu irmão!
Obrigado Junão! RH burocrático, deveria se chamar Gestão de processos, não de pessoas. Recursos de admissão e demissão, não de pessoas. DHO Desenvolvimento Híper Operacional, não Humano…
Muito bom. Falou tudo. Na verdade temos que entregar nosso melhor sempre. Não esperar reconhecimento é uma forma de não se decepcionar.
Perfeito! Coloque-se no lugar de uma pessoa famosa. Pessoas que em momentos são ovacionadas pelo público e pela crítica e em outros momentos, são vaiadas, xingadas… como fica a cabeça delas se derem importância a isso? Não a toa, muitos entram em depressão, somem, não suportam a dor do ostracismo. Chico Anysio certa vez falou sobre isso numa entrevista em que ele fora duramente criticado e ele disse que no ano anterior fora aclamado e neste criticado, e que se desse atenção a isso estaria louco. Perfeita a sua colocação. Além de não se decepcionar, uma pessoa que não espera nada de ninguém, não se importa com o que dirão e se mantém firme no propósito. Abraço
Muito boa a reflexão !