spot_img

HETERONOMIA

HETERONOMIA:

“Isso mesmo, eu sou hetero e daí”. Calma que não é sobre isso.

Heteronomia é o oposto de autonomia, formada do radical grego “auto” que significa “por si mesmo”, que é a liberdade e independência, é a faculdade de se reger por si mesmo, é a propriedade pela qual o homem pretende poder escolher as leis que regem sua conduta.

A autonomia não nega sua influência externa, os condicionamentos e os determinismos, mas recoloca no homem sua capacidade de refletir sobre as limitações que lhe são impostas, e que observadas lhe dão a direção a seguir.

Estamos às portas do dia 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Em 7 de setembro de 1822, após receber a carta de José Bonifácio e Leopoldina, D. Pedro gritou “Viva independência à liberdade e à separação do Brasil”. Desembainhou sua espada e afirmou “Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade” e gritou: “Independência ou morte” às margens do rio Ipiranga, em São Paulo.

O grito de independência do Brasil, foi dado há quase 200 anos, mas você continua preso às mesmas influências, quer ver?

Desde muito jovens somos obrigados a irmos à escola, mas há bem pouco tempo foi que ouvimos falar sobre “homeschooling”, será que é uma boa opção? A possibilidade de pensarmos e escolhermos sobre isso é que nos dá autonomia. Não discutir sobre os métodos, sobre onde estamos no ranking mundial, sobre o patrono da educação do nosso país é heterônomo.

Passaporte sanitário obrigatório. Se eu peguei a doença o meu organismo se encarrega de criar anticorpos e isso me dá uma defesa maior que qualquer vacina. Então, onde está o meu direito de escolher não me vacinar? Se eu me vacinei e o fulano não vacinou, qual o meu medo de pegar a doença se eu me vacinei e supostamente estou imunizado? Simplesmente aceitar é heteronomia.

Quem disse que eu quero que o governo fique com parte do meu salário para formar um Fundo de Garantia por Tempo de Serviço? Eu sou capaz de gerir minhas finanças, eu tenho autonomia.

Se eu sou livre e vivo num país democrático, porquê então, sou preso se falo mal dos ministros do Supremo Tribunal Federal?

Como podemos aceitar até hoje, deputados, senadores, ex-senadores, ex-presidentes, ministros de supremo, com tantas regalias e não podermos nos manifestar contra isso?

Onde está a minha liberdade?

Quando a injustiça bate à nossa porta, não devemos ficar calados. Se uma pessoa é impedida de fazer determinada coisa por causa da sua cor, credo, condição financeira entre outros, ninguém deve se calar, somos todos irmãos e esse discurso não deve ficar apenas no papel.

Se você quer mudar o mundo, comece por arrumar sua cama, quero dizer, assuma a situação e não coloque no outro a responsabilidade de fazer um mundo melhor para todos.

Recentemente um amigo recebeu sua irmã que veio da Austrália, depois de 10 anos morando lá. No caminho do aeroporto até a sua casa, percorrendo um trajeto de 15 km aproximadamente, sua irmã discutiu com duas pessoas: uma que jogou lixo pela janela do carro e outra que parou em vaga de deficiente no comércio próximo a sua casa. Ela aprendeu nos últimos dez anos, que não devemos esperar pelas autoridades, que tomem providências para a nossa melhor convivência, ela aprendeu que não deve se calar, quando quer um mundo melhor para todos. Enquanto a cultura de lá defende que é importante chamar a atenção de quem faz a coisa errada, não para punir, mas para alertá-la, aqui, a nossa cultura é de se calar por medo de chamar a atenção do outro, por covardia. Todos se lembram da frase “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Mete SIM.

No dia 7 de setembro, a população vai às ruas lutar por liberdade de expressão e por mais lisura nas eleições, em pleno ano 2021. Eu acredito que não podemos ter poderes ditatoriais no nosso país. Se eu raciocino e acredito que me manifestar neste dia é o melhor para o meu país, eu vou. Se eu acredito, mas tenho medo de que algo ruim aconteça, eu tenho um problema de saúde ou sou um covarde. Se eu não acredito e não vou, também estou coerente. O que eu não posso é ser heterônomo.

Penso logo existo. Rene Descartes escreveu essa frase há quase 400 anos e ainda assim, o ser humano continua seguindo o fluxo, assistindo TV e acreditando no que lhe dizem, sem usar o poder da autonomia.

Pense nisso, se puder.

Get in Touch

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Related Articles

spot_img

Fique conectado

21,960FãsCurtir
2,507SeguidoresSeguir
22,200InscritosInscrever

Últimas Notícias