Os fariseus quiseram entregar Jesus por inveja.
O que motiva grande parte dos homens a se levantar pela manhã, é a inveja.
Um dos 10 mandamentos bíblicos fala sobre a cobiça, e não tem como você cobiçar sem ter inveja. “Não cobice a casa de outro homem. Não cobice a sua mulher, os seus escravos, o seu gado, os seus jumentos ou qualquer outra coisa que seja dele”.
Um professor de filosofia, nesta semana, me disse que inveja é um sentimento bom, mas que a sociedade cristã, coloca esse sentimento como ruim. Então, eu o questionei: Professor, será que o senhor não está buscando uma tradução equivocada para o que Nietzsche disse? Ele riu e afirmou que não. Então eu o questionei: Professor, como pode ser bom desejar algo que é do outro? A casa do outro, a mulher do outro, o carro do outro? Ele disse que o próprio dicionário está impregnado pelo cristianismo e que a nossa tradução é que estava equivocada.
Então, percebi que havia uma confusão de fato, porque é mais que saudável você querer um carro bom, um carro potente e confortável, uma casa grande e confortável, um cônjuge que te agrada, uma família, querer viajar, ter suas experiências, ter uma grama verdinha no quintal, mas querer o que é do outro não é saudável, independente de religiosidade, mesmo que tiremos o cristianismo do jogo. Invejar é se comparar, e é frustrante, é vazio, é um sentimento rasteiro.
Veja, ninguém confessa claramente sua inveja, porque não consideram normal, embora seja comum ao ser humano. A inveja provoca uma dor emocional, é como dor de cotovelo, dor do coração partido, ou dor física mesmo, como uma topada no meio-fio, assim é o sentimento do invejoso, quando vê o outro se dando bem. E quando o invejoso vê o outro se dando mal, ele sente prazer e motivação; para o invejoso, assistir o outro quebrando a cara é uma recompensa.
Então, como pode ser bom, um sentimento que nos leva a sentirmos dor, quando vemos o outro se destacando na carreira, ascendendo, sendo reconhecido, e tendo prazer quando o outro é demitido, quando o outro se separa da esposa, quando o outro adoece?
Se você acha que nunca sentiu inveja, está se autoenganando. O mais importante quando você estiver com este sentimento rasteiro é entender o que se passa na sua cabeça; é importante entender que esse sentimento é extremamente danoso para si mesmo. Este é um sentimento canalha, no qual, para você se sentir maior, você tenta diminuir o outro.
Você quer entender como isso funciona? Então vamos lá: Você é uma pessoa jovem, daí o canalha invejoso, diz que você é jovem, e por isso, irresponsável e ainda não sabe de nada, portanto não merece receber grandes responsabilidades, ou seja, ser jovem é igual a irresponsável, Ou então, você é mulher e dizem que por você ser mulher é muito sensível e que, portanto, não está pronta para assumir a gestão da empresa, pois para assumir o cargo deveria ser mais rude, ou seja, por ser mulher não estará pronta para assumir uma equipe e lidar com pessoas, Ou então, você tem muitos anos de vida e que por isso, com a idade que tem, já não é mais possível mudar os rumos da sua vida, ou seja, por ser velho tem que aceitar as coisas como são, pois não dá mais pra mudar.
Fuja deste tipo de gente leitor, não gaste sua energia com eles, antes de tudo, acredite em você mesmo e depois vá ao encontro daqueles que te amam, daqueles que querem te ver bem de verdade e acreditam em você, que torcem pelo seu sucesso. O invejoso é aquele que jamais aceita que o outro pode ser melhor do que ele, e a verdade é que sempre existirá alguém melhor que você num ponto ou em outro, e nosso esforço diário é de que tenhamos sempre algo a oferecer, algo para servir, algo que nos diferencie e nos torne úteis, sem termos medo de sermos ridículos, apenas medo de sermos invejosos.
O invejoso é um recalcado insatisfeito, que quer ser admirado, mas não faz nada direito, por ser insatisfeito; o invejoso é um avarento enfraquecido, metido e medroso, ciumento fervoroso; o invejoso é um zé povim, um paga pau, medíocre. Então, como pode ser bom sentir inveja? Pareceu-me mais uma explicação jocosa do professor, mas seja como for, um adjetivo rasteiro eu o abomino por inteiro.
Pense nisso, e alegre-se com as conquistas do outro.
