Após o início da pandemia, muitos comércios fecharam e camelôs passaram a circular livremente pela região central da cidade

Apesar de ainda estar em vigor, o decreto que proíbe vendedores ambulantes de comercializarem produtos na rua, o que se vê na prática em todo o Distrito Federal é um desrespeito à regra para evitar o contágio do novo coronavírus. Enquanto que restaurantes e barbeiros seguem fechados, os informais aproveitam a falta de ponto de fixo para continuar a atividade.
É o caso do Setor Comercial Sul (SCS). Nas largas passagens de pedestres das galerias que compõem o espaço, são vários os panos estendidos no chão para oferecer sapatos, blusas e calças. Grades também exibem vários produtos para celular. Capas, carregadores, fones de ouvido e fixadores em para-brisa do carro para ajudar na navegação pelo GPS estão entre os objetos oferecidos.
Apesar de ser um local de grande movimentação e sede de vários serviços importantes do GDF, como a Agência do Trabalhador, a reportagem não viu nenhum representante da Secretaria DF Legal pelos corredores durante as duas horas em que esteve no local.
Situação parecida é vista na Rodoviária do Plano Piloto. Seja no mezanino, seja plataformas superior e inferior, os ambulantes seguem oferecendo os mais variados produtos. Sapatos são experimentados na saída da escada rolante, sem o devido cuidado e higienização. Comida também é oferecida a quem passa.
Em horário de pico, o trânsito de pessoas chega a ser prejudicado. Tentando desviar dos produtos no chão, passageiros de ônibus e metrô acabam se esbarrando e descumprem, forçosamente, a recomendação de distância.
Fiscalização
No terminal rodoviário, porém, a reportagem estava na plataforma inferior quando uma ronda aconteceu. Acompanhados de policiais militares, os agentes passavam caminhando de uma ponta a outra do local.
Os ambulantes, ao perceberem a chegada de fiscais, recolhem rapidamente os produtos e saem correndo para próximo dos ônibus. Apesar de carregaram enormes sacolas ou caixas, não são questionados por ninguém.
Poucos minutos depois, todos aqueles que fugiram voltam aos seus lugares, se posicionando ao longo dos corredores com grandes carrinhos de frutas e sacos com pipoca doce.
O que diz a DF Legal
Procurado, a DF Legal informou que, em conjunto com a Polícia Militar (PMDF), emprega diariamente duas equipes para fiscalização das plataformas inferiores e superiores da Rodoviária, bem como do calçadão entre o Conic e o CBMDF, em dois turnos. Além disso, diz a pasta, há equipes da força-tarefa fiscalizando essa atividade por todo o DF.
Segundo a secretaria, entre os dias 27 de maio e 6 de junho, data do balanço mais recente da fiscalização das medidas constantes no Decreto, foram retirados 850 ambulantes em todo o Distrito Federal.